Eslane Paixão diz que processo eleitoral tem se tornado antidemocrático e critica salários de vereadores e prefeito
26/09/2024
(Foto: Reprodução) Candidata do Unidade Popular à Prefeitura de Salvador foi a quarta a participar da série de entrevistas do Bahia Meio Dia. Eleições 2024 em Salvador: confira íntegra da entrevista com Eslane Paixão
A candidata do partido Unidade Popular (UP) à Prefeitura de Salvador, Eslane Paixão, defende que o processo eleitoral brasileiro tem se tornado cada vez mais antidemocrático, devido às diferenças financeiras entre os partidos. A declaração foi dada nesta quinta-feira (26), durante entrevista ao Bahia Meio Dia.
"Mereço ser prefeita de Salvador porque, desde 1.500, quando esse país foi invadido, a gente vê uma cidade, um país, que é governado pelos ricos e para os ricos, e nós estamos cansados disso. Entendemos que nós, mulheres negras trabalhadoras, merecemos governar essa cidade para a imensa maioria", afirmou.
Eslane Paixão é entrevistada no Bahia Meio Dia
g1 BA
A ordem das entrevistas dos candidatos foi definida em sorteio. Kleber Rosa (PSOL) foi o primeiro entrevistado, na segunda-feira (23), Bruno Reis o segundo, na terça-feira (24), e Geraldo Júnior o terceiro, na quarta-feira (25). Todos tiveram 30 minutos de entrevista ao vivo.
O candidato Victor Marinho (PSTU) será entrevistado na sexta-feira (27) e Giovani Damico (PCB) no dia 30 de setembro. Assim como Eslane Paixão, eles terão 10 minutos de entrevista gravada, pois, diferentemente dos outros candidatos, não têm representatividade no Congresso Nacional.
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As entrevistas são conduzidas pelos apresentadores Jéssica Senra e Vanderson Nascimento.
Eslane Paixão é entrevistada no Bahia Meio Dia
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Experiência
A candidata foi questionada sobre como pretende governar a cidade, caso eleita, já que não tem experiência em gestão municipal. Segundo Eslane Paixão, ela contará com a ajuda da população e irá propor auditorias para rever e divulgar as contas do município.
"A gente entende que o orçamento de bilhões de reais não está indo para resolver os problemas sociais, mas sim, para a farra dos grandes empresários. A gente, como prefeitura, como gestão, tendo acesso às contas do município, vai inclusive propor uma auditoria, porque não existe esse processo de publicidade das contas"
A candidata ainda criticou contratos bilionários da prefeitura em relação a limpeza urbana, pois, segundo ela, o serviço traz benefícios apenas à população dos bairros nobres de Salvador, enquanto as comunidades seguem esquecidas pelo poder público.
Conselhos deliberativos
Para governar sem representatividade na Câmara de Vereadores, Eslane Paixão pretende fazer com que conselhos formados pela sociedade civil sejam deliberativos, e não apenas consultivos. A candidata criticou a atuação da Câmara de Vereadores na fiscalização do trabalho da Prefeitura de Salvador e os salários dos respectivos gestores.
"O que vemos hoje são mais de 103 milhões de reais que a prefeitura destina para Câmara, enquanto faltam postos de saúde nos bairros. Estamos falando de recursos que estão indo para os vereadores ficarem com a vida boa, enquanto o povo passa por diversos problemas", afirmou.
Eslane Paixão ainda afirmou que o processo eleitoral tem se configurado cada vez mais como um "processo antidemocrático", devido aos investimentos dos grandes partidos políticos e fundos eleitorais bilionários, além de "vícios" e "cartas marcadas".
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