Advogado é preso após articular esquema de destruição de provas de investigação da Polícia Federal na Bahia; entenda
26/11/2024
Operação desta terça-feira (26) tem relação com Operação El Patrón, de dezembro de 2023. Na ocasião, deputado estadual e três PMs foram presos por suspeita de integrar grupo criminoso. Operação da Polícia Federal
Polícia Federal
Um advogado foi preso nesta terça-feira (26), em Feira de Santana, cidade a 100 km de Salvador, por suspeita de participar da destruição de provas de uma investigação da Polícia Federal. As provas destruídas estão relacionadas a Operação El Patrón, que investiga o deputado estadual Binho Galinha e três PMs por suspeita de formação de um grupo miliciano. [Relembre caso ao final da matéria]
A operação da Receita Federal, Polícia Federal, Ministério Público Estadual e a Força Correcional Integrada ainda cumpriu dois mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão domiciliar e cinco mandados de busca e apreensão em Feira de Santana e em Serrinha, cidade que fica 180 km de Salvador.
De acordo com a Polícia Federal, o advogado preso nesta terça representa um dos presos na El Patrón, que não teve o nome divulgado. Em visita ao cliente na unidade prisional, eles teriam combinado de destruir provas que estavam armazenas em meio digital.
A Polícia Federal afirmou que ainda não consegue mensurar o estrago causado pela destruição das provas.
Mandados foram cumpridos em Feira de Santana e Serrinha
Polícia Federal
Após investigações, o advogado teve o mandado cumprido na própria casa, nesta terça, em Feira de Santana. Além disso, um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido no escritório dele, na mesma cidade.
Um outro mandado de prisão foi cumprido contra um policial militar, que já estava preso devido ao cumprimento de um mandado de prisão na Operação El Patrón. Ele também teria participado do esquema de destruição de provas.
O terceiro mandado de prisão não foi detalhado, enquanto o mandado de prisão domiciliar está relacionado a esposa de um dos presos na El Patrón. Por ter um filho menor de 11 anos, a suspeita ficará em casa.
Binho Galinha
Agência Alba
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A Operação El Patrón foi deflagrada em dezembro de 2023 e tem como um dos alvos o deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha. Ele foi apontado como chefe de uma milícia responsável por lavagem de dinheiro em Feira de Santana.
Na época, foram cumpridos:
10 mandados de prisão preventiva;
33 mandados de busca e apreensão;
bloqueio de mais de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados;
sequestro de 26 propriedades urbanas e rurais;
suspensão de atividades econômicas de seis empresas.
Relembre a operação El Patrón
Binho Galinha ao lado do filho e da esposa
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As investigações apontaram que o grupo é suspeito por lavar dinheiro de jogo do bicho, agiotagem, receptação qualificada e desmanche de veículos. Em um dos imóveis inspecionados pela Polícia Federal, foram encontradas milhares de peças de carros.
Entre os presos na operação, estão três policiais militares e familiares de Binho Galinho. Entenda a função que cada um desempenhava no grupo criminoso:
👉 João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano: filho do deputado estadual. Ele era responsável por receber o dinheiro do crime desde quando ainda tinha menos de 18 anos. Ele repassou para o pai cerca de R$ 474 mil.
👉 Mayana Cerqueira da Silva: esposa do deputado estadual. As investigações apontaram movimentação financeira incompatível com os rendimentos declarados à Receita Federal e a maioria das transações feitas por ela envolvem os outros suspeitos.
👉 Jorge Vinícius de Souza Santana Piano: principal operador financeiro da organização criminosa e amigo de Binho Galinha. Conforme investigações, ele movimentou mais de R$ 39 milhões, o que não condiz com o que foi declarado à Receita Federal.
👉 Jackson Macedo Araújo Júnior: policial militar. Conforme investigações, ele movimentou quase R$ 4 milhões, o que não condiz com a condição econômica declarada à Receita Federal.
👉 Josenilson Souza da Conceição: policial militar e bacharel em direito, o suspeito movimentou em suas contas pouco mais de R$ 1,7 milhão, o que não condiz com o que foi declarado à Receita Federal.
👉 Roque de Jesus Carvalho: policial militar, movimentou mais de R$ 9 milhões entre janeiro de 2013 e março de 2023, o que não condiz com o que foi declarado à Receita Federal nestes 10 anos.
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